HISTÓRIA
A razão pela qual nosso mundo é conhecido pelo nome “Aeon” se perdeu no tempo, sendo mais um mistério dos tempos antigos. Talvez significasse algo como “lar” ou “terra” na língua das pessoas de antes, ou talvez seja uma tradução incorreta transmitida oralmente, já que não restam registros escritos daquela época. Mesmo assim, a maioria dos povos do mundo se acostumou a chamar seu mundo natal dessa forma, e poucos encontraram motivos para questionar esse nome ao longo dos séculos.
Enfim, O mundo de Aeon, em sua atual grandiosidade, é o resultado de uma esforço monumental de reconstrução, um verdadeiro testemunho à resiliência de um povo. Há cerca de mil anos no passado um evento catastrófico de proporções globais, denominado pelos historiadores como “o grande cataclisma”, causou o colapso total da civilização avançada que outrora habitava este mundo. As causas exatas e os detalhes do cataclisma permanecem um enigma, deixando historiadores e estudiosos intrigados. Seja um único desastre ou uma série de calamidades, o resultado foi devastador: a maioria da população pereceu, registros históricos foram obliterados e todo o conhecimento mágico foi perdido. O passado de Aeon é um enigma envolto em sombras, como se a história da civilização anterior ao cataclisma tivesse sido completamente apagada.
Nos séculos que se seguiram, os sobreviventes, impulsionados por sua incrível resiliência, enfrentaram um mundo transformado e hostil. Aos poucos, civilizações começaram a emergir das ruínas. Novos reinos e repúblicas foram estabelecidos, tecnologias foram redescobertas e uma nova era de desenvolvimento começou, conhecida como a “história conhecida”. Hoje, Aeon floresce com uma diversidade de culturas, cenários e inovações, desde reinos medievais até cidades em estilo steampunk e enclaves futuristas. No entanto, sob a superfície da prosperidade, tensões começam a surgir. Conflitos latentes e ambições desmedidas ameaçam desencadear novas guerras. O futuro de Aeon, embora brilhante, é incerto, e o espectro da destruição ainda paira sobre um mundo que já provou sua capacidade de se erguer das cinzas.
A ERA ANCESTRAL
Antes de 0 H.C.
Costuma-se dizer que a história começa com o surgimento da palavra escrita, o que nos leva à data dos documentos mais antigos que temos acesso nos tempos modernos, situando o início da nossa história conhecida entre mais ou menos 1000 anos atrás. Anteriormente a isto, no entanto, algumas evidências arqueológicas apontam para um grande evento cataclísmico que teria ocorrido algum tempo antes, reduzindo o mundo a uma sombra do que foi. Estas evidências, embora muito escassas e somente recuperadas em estado parcial, junto com relatos compilados em documentos ancestrais, levam também à especulação de que Aeon abrigava uma civilização altamente avançada, onde máquinas realizavam a maior parte do trabalho, as pessoas viviam mais tempo e a maioria das doenças eram tratáveis.
Ainda mais apócrifas, no entanto, são as evidências históricas que descrevem o uso generalizado pelos povos do mundo ancestral de uma força de distorção da realidade conhecida como “Mágicka”. Especula-se que esta força está relacionada ao conflito global que culminou na destruição da civilização antiga, mas devido à ausência de documentos oficiais confiáveis para corroborar essas afirmações, a comunidade científica global não pode fazer nada além de debater e teorizar, sem obter respostas definitivas.
A ERA DO CAOS
0 H.C. ~ Aprox. 350 H.C.
A data que marca o início do nosso calendário é baseada em um relato pessoal encontrado no documento mais antigo já descoberto em condições de leitura: um diário pessoal de um viajante que retratava suas caminhadas por um mundo devastado pelo cataclisma. Técnicas modernas de datação de documentos colocam este diário, nomeado “As viagens do mundo do Caos” e cujo original encontra-se em exposição no Grande Museu de Arte e História em Varennia, como tendo sido escrito há cerca de 990 anos atrás. Apesar de nenhuma informação daquela época ser totalmente confiável, a comunidade científica e a posição oficial das três grandes nações corroboram o uso deste livro para marcar o início do que chamamos de “H.C.”, ou “História Conhecida”.
O período de aproximadamente 350 anos que se segue é conhecido como a “era do caos”. Durante esse tempo, os sobreviventes do cataclisma vagavam pela terra em uma luta constante pela sobrevivência. A outrora vasta e próspera civilização ancestral havia se transformado em um campo de batalha devastado, habitado por criaturas horríveis e mutações causadas pelo desbalanceio das energias naturais resultante do cataclisma. Plantas e animais adoeciam e morriam, e centenas de milhares de sobreviventes sucumbiram à fome, doenças e ataques de criaturas hostis. Florestas antigas foram substituídas por planícies áridas e colinas rochosas, enquanto vastos desertos cobriam grande parte do continente norte de Othardia. Nesse cenário desolador, as partes isoladas da civilização procuravam obter respostas para sua situação difícil, bem como uma orientação do que fazer pra sobreviver, em forças superiores. Este período também marcou o surgimento de diversas religiões, com a construção de templos em todos os continentes dedicados a uma miríade de entidades que eram consideradas responsáveis pela guarda do mundo e seus habitantes. Essas divindades eram vistas como a resposta e a salvação para um povo perdido, cansado e sofrido, que lutava para atravessar um ambiente hostil e selvagem. E essas crenças proporcionavam esperança e um senso de propósito, ajudando as comunidades a se unirem em busca de proteção e orientação em tempos de adversidade.
Foi neste período que as primeiras colônias habitadas começaram a surgir, com as pessoas se agrupando em bandos, que eventualmente se transformaram em vilarejos e, posteriormente, em cidades, na tentativa de aumentar suas chances de sobrevivência em um ambiente extremamente hostil. A consolidação da Colônia do Véu do Norte, na parte gelada do continente norte de Othardia em 190 H.C., e a fundação da metrópole de Drakkar em 280 H.C. no continente do sul de Accordia são exemplos dos maiores assentamentos habitados surgidos na época.
A ERA DA RECONSTRUÇÃO
Aprox. 350 H.C. ~ 825 H.C.
Este período foi marcado pela estabilização das energias naturais do planeta, o que diminuiu largamente os desastres naturais e possibilitou que a civilização pudesse se expandir. Com a ameaça da extinção deixada pra trás, a civilização pôde se focar no crescimento e a interconexão das cidades e assentamentos, criação de novas rotas comerciais, estradas e outras formas de infraestrutura foram desenvolvidas, criando uma paisagem cada vez mais unificada. Por volta de 400 H.C., muitos dos maiores assentamentos haviam evoluído para grandes cidades-estado. Essas “proto-nações” começaram a competir entre si por recursos e influência política, resultando em frequentes conflitos.
No âmbito social, um movimento de secularização da sociedade começou a ocorrer, com doutrinas filosóficas como o racionalismo, criada no reino de Moldhar em Othardia, ou o pensamento material-científico do reino de Drakkar em Accordia, e mesmo o códice de Alexandros em Valleria advogavam por uma centralização do pensamento na pessoa individual e em suas comunidades, tomando para si a responsabiliade do avanço da civilização, e gradualmente abandonando a noção de reverência a entidades superiores. “Se os deuses existem, eles abandonaram este mundo há séculos, e só podemos contar com nós mesmos para reconstruí-lo” era um pensamento comum desta época, e que perdura até os dias de hoje.
Ao longo dos séculos, três dos maiores assentamentos expandiram gradualmente suas esferas de influência, assumindo as formas que conhecemos hoje. Esses assentamentos consolidaram-se como as principais potências políticas em seus respectivos continentes, moldando a estrutura geopolítica de Aeon. Através de alianças estratégicas, conquistas territoriais e desenvolvimento interno, eles estabeleceram hegemonias regionais duradouras, influenciando de maneira decisiva a dinâmica política, econômica e cultural de suas áreas. Essas cidades-estado transformaram-se em epicentros de poder que ainda dominam o cenário global.
- a República de Varennia, no continente norte de Othardia, formada a partir da anexação do reino de Alabaster pelo recém unificado reino de Varennia, que reformou seu sistema político completamente usando teorias Moldharianas como a base de sua constituição.
- o Reino de Drakkar, no continente sul de Accordia, formado a partir da sincretização e unificação da metrópole de Drakkar a diversos pequenos reinos espalhados pelo continente que, ao colaborarem entre si em nome de um rápido avanço tecnológico a partir da filosofia material-científica.
- o Reino de Alexandria, formado no continente leste de Valleria a partir da anexação de diversos territórios, unificados pela doutrina do “Códice de Alexandros” e o trabalho do grande filósofo e político Alexandros Hildebrand de criar uma nação baseada na honra, no trabalho coletivo e na solidariedade.
À medida que o comércio e a comunicação global evoluíram, o progresso científico acelerou, resultando na criação de inúmeras novas tecnologias. Com o aumento da prosperidade, as três grandes nações, junto com os estados dentro de suas esferas de influência, alcançaram um ponto de equilíbrio. Esse período de paz foi mantido por um acordo tácito, onde cada nação mantinha influência sobre seu respectivo continente e cooperava através do comércio e da colaboração científica. No entanto, no início do oitavo século, a crescente escassez de recursos começou a gerar tensões. Por volta de 810 H.C. a perspectiva de uma guerra entre as três grandes nações tornou-se quase inevitável, com as nações competindo ferozmente por recursos vitais e influência política. A paz precária que havia sido mantida por séculos começou a se desfazer, à medida que cada nação buscava assegurar sua posição e sobrevivência em um mundo cada vez mais competitivo e hostil.
A GRANDE GUERRA IMPERIAL
857 H.C. ~ 888 H.C.
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O século IX foi marcado pela Grande Guerra Imperial, um conflito global de várias décadas iniciado no sul de Accordia, que envolveu quase todas as nações. O reino de Drakkar, inicialmente pacífico e próspero, se tornou expansionista após um golpe de estado que destituiu do poder o último monarca de Drakkar, o rei Theodore VII. O reino havia passado por uma revolução tecnológica ao descobrir o Aetherium, um elemento que permitia a manipulação das “linhas Magi”, ondas subatômicas que podiam alterar a matéria e controlar a energia. Esse avanço colocou Drakkar muito à frente das outras nações.
A coroação de Theodore VII em 836 H.C. trouxe mudanças profundas. Educado e influenciado por filosofias republicanas e práticas estrangeiras, ele implementou o “plano de 30 anos”, que prometia modernizar Drakkar e distribuía renda, descentralizava a indústria e promovia a colaboração tecnológica. Isso gerou resistência entre as elites e a classe militar, culminando em uma guerra civil que dividiu o exército e a população.
Em 850 H.C., a facção militarista assumiu o controle de Drakkar, transformando-o no Império de Accordia sob o comando do autoproclamado “Imperador Eterno”. Esse novo regime deu início a uma campanha expansionista, e em 857 H.C., o Império esmagou a resistência em Tórus, consolidando seu poder e isolando o continente do sul sob uma “Cortina de Aço”.
Nos anos seguintes, Accordia lançou uma ofensiva devastadora contra Alexandria, outra potência no continente de Valleria. A ocupação foi caracterizada por bombardeios aéreos seguidos de invasões terrestres, que resultaram na destruição de cidades e na escravização de sobreviventes. Em 869 H.C., a capital de Alexandria caiu, mas o príncipe herdeiro Wilhem escapou e continuou a resistência a partir do norte gelado de Valleria, protegido pelas montanhas de Eisenberg.
A República de Moldhar, uma nação próspera e tecnologicamente avançada em Othardia, tornou-se alvo de Accordia após suspeitas de apoio clandestino a Alexandria. Em 875 H.C., Accordia retaliou com um ataque devastador usando armas de destruição massiva, as bombas M1, que aniquilaram Moldhar e causaram desastres naturais catastróficos. A destruição de Moldhar chocou o mundo e solidificou a reputação de Accordia como inimigo da civilização.
O Flagelo de Moldhar forçou as nações restantes a se unirem contra Accordia, formando a Aliança do Norte em 876 H.C. Essa aliança militar e econômica incluía várias potências globais que reconheceram a necessidade de se opor ao expansionismo imperial. A guerra se prolongou, com movimentos de resistência e rebeliões que desgastaram as forças Accordianas, transformando a guerra em um conflito prolongado e incerto.
Com a libertação de Valleria, a Aliança do Norte lançou uma ofensiva decisiva contra o Império de Accordia no continente sul. Utilizando uma frota poderosa, incluindo naves voadoras desenvolvidas a partir de tecnologia Accordiana, a Aliança tomou a cidade de Tórus após uma batalha feroz. No entanto, o avanço encontrou seu limite devido à geografia estratégica entre Tórus e a Metrópole de Accordia, resultando em um impasse militar que durou vários anos. Diante do esgotamento mútuo e da impossibilidade de uma vitória definitiva, as partes se reuniram em 888 H.C. para negociar um cessar-fogo. Os Acordos de Tórus estabeleceram a paz, anexando Tórus ao Império de Accordia, mas mantendo sua autonomia interna, retirando as forças imperiais dos territórios externos e implementando sanções comerciais mútuas. Esses acordos marcaram o fim das hostilidades e inauguraram uma nova era de diplomacia global, moldando as bases do panorama geopolítico internacional que perduram até os dias atuais.
A ERA DA PROSPERIDADE
888 H.C. ~ Dias Atuais
Após a Grande Guerra Imperial, o mundo experimentou um período de paz relativa, mas marcado por profundas transformações. Alexandria, ao restaurar o trono ao Rei Johannes III, enfrentou o trauma da ocupação e rejeitou os avanços tecnológicos de Accordia e Drakkar, associando-os à degradação moral. Tornando-se mais fundamentalista na interpretação do Códice de Alexandros, Alexandria adotou uma política de elevado padrão moral, posicionando-se como “Guardiões do Mundo”. Em gratidão à Aliança do Norte por sua libertação, a nação enviou agentes em missões humanitárias e de paz ao redor do globo.
Enquanto isso, no norte de Valleria, que escapou ileso da guerra, surgiu um movimento separatista que levou à fundação do reino vassalo de Eisenthal, com o príncipe Wilhelm como seu soberano. Em Othardia, refugiados de Moldhar fundaram a metrópole de Ásper, enquanto Varennia assumiu o papel de centro político e econômico do continente, desenvolvendo sua própria tecnologia de manipulação das linhas Magi com base em documentos e artefatos de Moldhar.
No sul, os Acordos de Tórus isolaram Accordia do restante do mundo, permitindo ao império avançar cientificamente sem interferências. As imponentes torres metálicas e os feixes de luz que iluminavam as nuvens evidenciaram o avanço de Accordia, gerando temor sobre uma possível nova ofensiva. Em 967 H.C., cientistas accordianos descobriram a cidade oculta de Kassandra, lar das isolacionistas Viera, uma espécie feminina com aparência humana e orelhas de coelho. O status de Kassandra tornou-se um ponto de disputa diplomática, com Accordia reivindicando soberania sobre o território e outras nações defendendo a neutralidade da comunidade.
Em 989 H.C., a aparição da cidadela flutuante de Palamecia sobre Accordia abalou a política mundial. Palamecia, proclamando-se guardiã dos segredos da Magia antiga, advertiu que a pesquisa sobre Magitek deveria cessar e que as Viera não deveriam ser perturbadas, sob risco de desencadear um novo cataclismo. Com a intensificação das tensões, uma chuva de estrelas cadentes em 990 H.C. foi vista como um presságio de tempos difíceis. Relatos de eventos estranhos surgiram ao redor do mundo, alimentando a inquietação sobre o futuro. As nações agora se questionam sobre o papel de Accordia, Palamecia e o possível retorno da guerra, enquanto o mundo aguarda desfechos incertos.